As micotoxinas são um amplo grupo de metabólitos secundários do metabolismo de fungos filamentosos que causam respostas tóxicas quando ingeridas por animais e humanos. As substâncias mais conhecidas são as aflatoxinas (Aspergillus), as ocratoxinas (Aspergillus e Penicillium) e as fusariotoxinas, que possuem como principais representantes os tricotecenos, a zearalenona e as fumonisinas (Fusarium).
O desenvolvimento desses fungos filamentosos nos alimentos está associado as condições inadequadas de pH, temperatura e umidade que desencadeiam uma situação de estresse nos fungos, levando-os a produzirem as micotoxinas.
Bovinos que consomem dietas contaminadas com micotoxinas podem apresentar intoxicação aguda ou crônica, com efeitos que podem ser teratogênicos, carcinogênicos, estrogênicos ou imunossupressores (Vedovatto et al., 2020). Além disso, essas substâncias são de interesse zootécnico, pois causam grandes prejuízos no desempenho, reprodução e até mesmo, distúrbios metabólicos nos animais que consomem rações contaminadas (Maia, et al., 2021).
As micotoxinas podem ser encontradas em diversos alimentos empregados na nutrição de ruminantes, como milho, sorgo, DDG, soja, algodão, silagens, entre outros, e consequentemente os produtos finais os quais possuem em sua composição estes alimentos, como rações e proteinados. Segundo levantamento das análises realizadas pela Grasp no ano de 2023, 75,6% das amostras testaram positivas para a presença de micotoxinas e deste percentual, 50,4% apresentavam uma micotoxina e 25,2% apresentavam duas ou mais micotoxinas. Ainda segundo o levantamento do Grasp, dentre as principais micotoxinas encontradas e suas contaminações médias e máximas estão a Fumonisina (859 e 36.732 ppb), Aflatoxina (5,05 e 47,1 ppb), Zearalona (130,1 e 754,2 ppb), Desoxinivalenol (544,14 e 4053 ppb) e o Tricoteceno (96,46 e 179 ppb).
Como é muito difícil prevenir totalmente a produção de micotoxinas, tanto no período de pré-colheita, colheita e armazenamento, algumas ferramentas podem ser utilizadas para proteger os animais após a ingestão de alimentos contaminados, como a utilização de adsorventes eficientes para diminuir o potencial tóxico das micotoxinas.
Adsorventes são substâncias capazes de se ligar as micotoxinas, suprindo ou reduzindo sua absorção no trato gastrointestinal, promovendo sua eliminação nas fezes. Além disso, estes agentes sequestrantes podem ser de fontes inorgânicas, como as argilas, ou orgânicas, que são as enzimas, ou polissacarídeos extraídos da parede celular de leveduras e microrganismos.
Os adsorventes inorgânicos têm por base os aluminossilicatos. Essa classe é a mais estudada, contudo possuem ação limitada, com eficiência comprovada apenas contra aflatoxinas, além de se complexarem a vitaminas e minerais reduzindo sua biodisponibilidade e aproveitamento pelo animal (Elliot, Connolly, Kolawole, 2020).
Já os adsorventes orgânicos podem ser extraídos a partir da parede celular de leveduras Saccharomyces cerevisiae, baseados principalmente em β-D-glucanas e mananoligossacarídeos, ou serem enzimas ou microrganismos biotransformadores (MB). Os adsorventes advindos de leveduras são capazes de absorver uma gama maior de micotoxinas, não complexam vitaminas e minerais e são mais estáveis as flutuações de pH do rúmen (Jouany, 2007). As enzimas e os MB, possuem outra vantagem que é a atuação em baixos níveis de contaminação, porém com maior especificidade. Geralmente são focados na biotransformação de fusariotoxinas (fumonisina e zearalenona) que podem ter seu potencial tóxico aumentado ou inalterado no ambiente ruminal (Gallo et al., 2020).
A NutriBio preocupada com a ação dessas micotoxinas trabalha com a inclusão de adsorventes de aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona e desoxinivalenol constituído por compostos minerais, fitogênicos e derivados de levedura em toda linha de núcleos. Nosso objetivo é fornecer aos nossos clientes um produto que possa evitar problemas ocasionados pelas contaminações de micotoxinas existentes nos grãos, que são amplamente utilizados em nosso estado.
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Referências Bibliográficas
Elliott, C. T., Connolly, L., Kolawole, O. Potential adverse effects on animal health and performance caused by the addition of mineral adsorbents to feeds to reduce mycotoxin exposure. Mycotoxin Research, p. 115-126, 2020.
Gallo, A., Minutti, A., Bani, P., Bertuzzi, T., Piccioli Cappelli, F., Doupovec, B., Faas, J., Schatzmayr, D., Trevisi, E. A mycotoxin-deactivating feed aditive counteracts the adverse effects of regular levels of Fusarium mycotoxins in dairy cows. Journal of Dairy Science, 2020.
Grasp, 2023. Panomara de micotoxinas no Brasil. Análises realizadas no Lab Grasp.
Jouany, Jean Pierre. Methods for preventing, decontaminating and minimizing the toxicity of mycotoxins in feeds. Animal Feed Science and Technology, p. 342-362, 2007.
Maia, K.L., Alcalde, C.R., Barbosa, M.A., Marcato, S.M. Micotoxinas e adsorventes na alimentação animal. Ciência Animal, v.31, n.4, p. 82-91, 2021.
Vedovatto, M.G., Bento, A.L., Kiefer, C., Souza, K.R.R., Franco, G.L. Micotoxinas na dieta de bovinos de corte: revisão. Archivos de Zootecnia, 69 (266), p. 234-244. 2020
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